nas paredes dos bares à porta dos edificíos públicos nas
janelas dos autocarros
mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de
aparelhos de rádio e detergentes
na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém
no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da
nossa esperança de fuga
um cartaz denuncia o nosso amor
Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e
fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio A descoberta A estranheza
de um sorriso natural e inesperado
Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
embora subterraneamente unidades pela invenção conjunta
de um amor subitamente imperativo
"Dos pinheirais do mar, nós também inventamos o amor. Por isso este pequeno texto de um livro que alguém um dia me deu (lembraste Cecilia? Foi a 03/08/1999), é para ser partilhado, partilhado por ti."
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