A cada dia vamos aprendendo um pouco mais, e esta aprendizagem sobre a nossa vida e a forma como nos relacionamos com o mundo nos permite enxergar algo bastante forte, mas muitas vezes esquecido: as nossas lealdades.
O que será que essas lealdades significam? Será que é o dever de nunca mudar de ideias ou de padrões de comportamentos? Será que sermos leais tem a ver com gostarmos sempre, ou melhor, a vida inteira do mesmo homem ou mulher? Ou será não podermos nunca discutir aquilo que nossos pais nos ensinaram? Não.
É algo bem mais profundo e abrangente. As lealdades estão ligadas aos sentimentos e vivências que nos permitiram desenvolver o “nosso ser” de uma forma mais ampliada. É esta instância maior que acaba nos acompanhando e nos dando um sentimento de pertencer a algo, uma história, uma família, um legado.
Muitas vezes nos sentimos ligados a alguém por uma vivência que tivemos em certa época de nossa vida, e, embora os anos tenham se passado, este sentimento pode ainda se fazer presente. É como quando nem visitamos determinado país, mas recebemos de nossos pais e avós um stock de emoções que acabam dando as cores da palheta de nossa vida e elas garantem a existência de “uma lealdade”.
As relações nas quais as verdadeiras lealdades se estabelecem são muito ricas, pois vão deixando que novos espaços se harmonizem naturalmente. A lealdade permite que se pense e se acesse este lugar sempre, ela não aprisiona, diferente do que a fidelidade, que exige que a cada momento seja dado um certificado de garantia da relação.
Os verdadeiros vínculos só sobrevivem e podem ser transmitidos nas relações onde as lealdades são conquistadas por meio da confiança, do amor e da crença. Crença de que sempre podemos mudar e transformar algo sem sermos desleais.
[De FC]
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